Soneto para um sonho não sonhado

Há tantos sonhos ainda não sonhados

Plenos de tudo, passam derradeiros

E os medos que se escondem sorrateiros

Abrem os olhos antes bem vendados

Bem que eu queria o sonho como causa

Adormece sabendo da ânsia mais louca

A festa, as vozes, gentes e eu tão pouca

Sabendo ser um sonho, fui a falsa?

Vestir a doce fantasia sem perfume

E ser instantes seres antes vistos

Até ouvir o sino e perceber o lume

Ah, meus sonhos, tão serena insisto

Em só viver e pertencer, costume,

De longe ao léu ser teu fogo e risco.

Jaqueline Aisenman

Poetisa,escritora e editora do Varal do Brasil

Muitos sonhos para serem sonhados

Repleto de tudo, passam por último

E os temores se escondem manhosos

Olhos abertos antes muito fechados

Gostaria que o sonho fosse uma causa

Dormir com certeza do anseio, loucura

Faces, as falas, gestos e eu quase nada

Sentindo ser um sonho, pura falsidade

Cobrindo com a fantasia sem perfume

Por um momento ser, seres antes vistos

E ao ouvir sons do sino e sentir o fulgor

Os meus sonhos,tão ternos persisto

Em viver sonhando e constantemente

De longe amado ser o teu fogo e risco

Varenka

Varenka de Fátima
Enviado por Varenka de Fátima em 01/11/2010
Reeditado em 10/01/2016
Código do texto: T2591291
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.