Certas coisas na vida têm sua razão de ser. Aliás, nada é por acaso. Tudo será lição.

As Duas Faces do Amor


Uma face
( I)

Por que amor te deram duas faces?
Te fizeram partir corações ingênuos
Te fizeram ser algoz de tantos sonhos
Te tornaste rios de águas  salgadas
Por que amor te deram duas faces?
Em tuas mãos reténs o poder total
Sobre todos os seres amantes
E escolheste à mim a solidão
Por que amor te deram duas faces?
E fizeste deserto os dias meus
Roubaste a luz dos olhos meus
Apagaste a trilha do meu caminho
 
Por que amor te deram duas faces?
E me viraste as costas quando por ti clamei
Cravas-te em meu peito a incredulidade em ti
E fizeste do meu coração um escombro
De lembranças e juras amontoadas num canto
Conheci tuas duas faces e hoje saberei virar-te a minha para sempre

Dama da Lua

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Outra face
(II)
 
Se, ao sofrimento, não quisestes
oferecer esse teu nobre coração,
não amastes. Por tuas lágrimas,
não as veja, como uma mágoa:
elas nunca serão marcas da razão...
 
Dentro dos teus olhos molhados,
por aquilo que já esteja perdido,
mora a poesia. Bela, desconhecida,
voando nas brumas da imaginação,
despertará um amor desconhecido...
 
Ao florescer em ti, forte e belo,
não tingirá de vermelho tua paixão;
ao contrário, bordada em amarelo,
mostrará que ao mal existe cura,
com respeito, carinho e atenção...
 
Não se vive sem, do amor, um elo,
na perdição do que está perdido,
muito menos, à espera do destino.
Às soltas, nunca em vão, libertino,
mas, com um amor doce e singelo!
 

Oswaldo Genofre

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O grande poeta Jacó, com beleza e mestria, nos brinda com esta interação:
 
 
ESTE AMOR CARNAL E INCONSEQÜENTE
 
Este amor carnal e inconseqüente,
Fruto dos desejos exacerbados,
Muito mais judiam com a gente,
Do que surtem os efeitos consolados,
 
Cada vez que somos rejeitados,
Por aquele que julgamos importante,
Nos sentimos com o coração sangrado,
Moribundo maltrapilho e um andante,
 
Mas se acaso formos atendidos,
Pela deusa que povoa a nossa mente,
Nos sentimos um tanto revigorado,
E felizes com tal acontecimento,
 
Isto prova a falsidade deste amor,
Por ele ser cruel e punitivo,
De um lado ele amarga feito fel,
Mas do outro é doce e sugestivo,
 
Convenhamos que não passa de um arranjo,
Estipulado pelas tais religiões,
Para dar maior moral aos namorados,
Justificando as pretensas uniões.
 
Miguel Jacó.
 
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(Imagem Google)

Oswaldo Genofre
Enviado por Oswaldo Genofre em 08/11/2010
Reeditado em 09/11/2010
Código do texto: T2603867
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