Sigo
Sueli
Sigo perdida, cumprindo sentença:
Viver sem sua presença,
Respirar a sua ausência.
Olho o aflito infinito,
Que insiste num grito
Triste, cheio de angústia, incontido
Perder-se no vazio mantido
Pela dor do não-ter-sido.
E continuo a seguir caminho
Entre rosa e espinho,
Sol e tempestade,
Aguardando que o Mistério,
A quem chamamos de Vida,
Teime com o Destino matreiro,
Em cruel disputa,
Dê-me seu amor verdadeiro.
Edu
Sigo adiante, sem olhar para trás.
Deixo meus medos,
Minhas lembranças
Perderem-se com o tempo.
Na memória só a ficar
Resíduos de lembranças,
Poesias interminadas,
Palavras não ditas,
Palavras mal ditas,
Desejos incontidos.
A rosa ficou a desabrochar...
Não quis mais colher nem regar.
Espinhos me arranharam.
Feridas cicatrizaram.
Caminho com o vento
Batendo no meu rosto em movimento.
Sigo sem medo de mudar o meu tempo!
Sol a esconder.
Tempestade a começar.
Resposta não busco mais.
Apenas sigo em silencio,
Sem nada mais a buscar...