Soneto - Vinicius de Moraes e Soneto 2 - Giovânia Correia
Ah..."poetinha",como resistir aos teus preciosos versos?
Você mesmo dizia:
Deixa acontecer
Vinicius de Moraes
Ah,não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder
Se vem do coração
Não tem jeito, não
Deixa acontecer...
"E foi isso que eu fiz "poetinha",deixei acontecer,mesmo tendo a consciência que não sei criar versos como você.
Porém prometo, um dia eu aprendo....
Soneto
Vinicius de Moraes
Que hei de fazer de mim, neste quarto sozinho
Apavorado, lancinado, corrompido
A solidão ardendo em meu corpo despido
E em volta apenas trevas e a imagem do carinho!
Defendido, a me encher como um rio contido
E eu só, e eu sempre só! Ó miséria, ó pudor!
Vem, deita comigo, branco e rápido amor
Risca de estrelas cruéis meu céu perdido!
Lança uma virgem, se lança, sobre esse quarto
Fá-la que monte no teu sórdido inimigo
E que o asfixie sob o seu púbis farto
Mas que prazer é o teu, pobre alma vazia
Que a um tempo ordenha lágrimas contigo
E outras enxugas, fiéis lágrimas de agonia!
Soneto 2
Giovânia Correia
Oh...poeta não gosto de ter ver lamentando.
Tua tristeza atravessa minha alma e coração.
Não se entregue assim ao caos do abandono.
Deixe-me juntar em meu regaço,a tua solidão.
Também sempre estou só,e isso é uma dor cruel.
Compreendo perfeitamente esse teu desespero.
É uma dor pungente,repugnante como um fel.
E sei que não é de tua índole esse exagero.
Logo,logo uma virgem aos teus versos se lançará.
Aos teus devaneios inteiramente ela se entregará.
Vai tentar encontrar nos mesmos,uma farta definição.
Num prazer aqui,vai encher cada angustiante vazio.
Deixará vossas agonias serem levadas por um rio.
Pois só assim, eles terão forças para uma salvação.