UM DESAFIO DIFERENTE.57/2009 - ROBERTO BORDIN E FERNANDA XEREZ


E não é que enfim chegamos
na base do que vamos que vamos
ao desafio cinquenta e sete
e como diz a parceira: "te mete!"
hoje, Agosto, dia 6
vou contar pra vocês
sobre ele falo um pouco
estamos no mês de cão louco
e tragédia não vai faltar
e o dia seis foi de amargar
em 45 principalmente
quando uma insana mente
autorizou uma bomba jogar
num determinado lugar
não uma bomba comum
dessas que parece um pum
mas uma destruidora cruel
que arrassou pra dedeú
ceifou milhares de vidas
deixou milhões feridas
para quem não entendeu o acima
falo da bomba de Hiroshima
na segunda grande guerra
e isso muito emperra
a compreensão humana
pois quem uma ordem emana
dessa vil natureza
tem no coração a crueza
de matar gente inocente
numa crueldade crescente.
E o pior estava por vir
pois o fato iria se repetir
Nagasaki seria o alvo
e pouca gente a salvo
ficaria também
provando o desdém
que o Homem sente
pela sua própria gente
Muitos nesse dia morreram
pessoas famosas se foram
mas deixo para a parceira
com sua rima faceira
sobre esses fatos falar
para um toque melhor dar
falo de quem sou muito fã
conto sobre o velho Adoniran
Barbosa de sobrenome
na música fez seu nome
nascido nesse dia
só nos trouxe alegria
indo de toca em toca
falar da Saudosa Maloca
medalha de ouro, prata e bronza
com o seu Trem das Onze
foi um compositor bárbaro
com o seu "Tiro ao Álvaro"
e de todo o resto
não esquecer do Arnesto
que pro samba o convidou
e lembrar também vou
do samba que é uma beleza
Falo de "Bom dia, Tristeza!"
parceria dele com o poetinha
que reproduzo aqui linha por linha:
"Bom dia tristeza
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando até meio triste
De estar tanto tempo longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar"
imagino lá em cima
o que deve sair de rima
com Vinicius e Adoniran.
quem não é deles fã?
Mudo de assunto agora
e rápido, sem demora
falo da famosa charada
que deve ser decifrada
aliás, toda maneira
a Luiza de Oliveira
respondeu por mim.
E é verdade!
Essa é a realidade
a diferença da agulha
ninguém me embrulha
e o estado do Paraná
é a ponta, o que é que há?
a resposta está na esquina
uma tem Ponta grossa e a outra fina
e já que a parceira é espertinha
quero uma resposta rapidinha
sem nenhum desatino
Eu tenho um menino
com um casaco branco;
quanto maior ele é,
menos ele cresce.
A você fácil, parece?
Sobre a última charada
considero desvendada
e dou por mim encerrada
essa nova empreitada
vou no trem das oito
pra voltar no 58
assinando por fim
Roberto Bordin



Boa tarde, Seu Betinho
Se achegue, pertinho
Tenho algo a declarar
Vai querer anotar?
É o seguinte o negócio
O negócio é o seguinte
Antes que eu dê um " troço "
Que tudo fique nos trinques
E se o povo virou tiete
Finalizo o 57
E vamos entrar no clima
Seu Menino, Dona Menina
Sempre com novidade
Temos mais celebridade
No dia 6 de agosto
Um imenso desgosto
Grande personagem
Despediu-se destas paragens
Aos céus pediu passagem
Ele se foi, em 2001
Num tremendo zum-zum-zum
Um homem muito prestigiado
Por todos considerado
Seu nome? Jorge Amado
Autor de " O País do Carnaval ".
" Dona Flor e Seus Dois Maridos "
Um baiano sem igual
E por todos era querido
Falou da " Bahia de Todos os Santos "
E de alguém de muitos encantos
Uma mulher fogosa, meio cinderela
" Gabriela, cravo e canela "
" Tieta do Agreste "
Onde tem cabra da peste
Este romance virou novela
O baiano apreciava mulher bela
E aqui sua obra não se encerra
" Tereza Batista cansada de guerra "
" São Jorge dos Ilhéus " e " Mar Morto "
Eita Jorge Amado maroto !!
Em " Capitães de Areia "
O sangue corria na veia
" Tenda dos Milagres "
E por aqui, minhas comadres
A homenagem vou encerrar
Avisando aos navegantes
De guerra não vou falar
Pois sempre muito galante
O parceiro soube homenagear
O inesquecível Adoniran
Meu irmão, minha irmã
Dele sou ardorosa fã
Dou uma guinada, eu dou
E agora fazendo favor
Consul, responda a charada
Pense bem, é engraçada:
É difícil de catar
Vamos lá, vamos lá
Danadinho, bota ovo
Se não souber, pergunte ao povo
E anda com os pés na cabeça
Fique firme, não esmoreça
E antes que eu esqueça
Acertou a charada outra vez
Agora conto de um a três
E a sua eu respondo
Se faltar luz, não me assombro
Num castiçal, sobre a mesa
Coloco uma VELA ACESA
Parabenizo o parceirinho
Por tudo o que homenageou
Já vou sair, de mansinho
Estou cansada, meu senhor
Vou bater em retirada
A platéia está convidada
Para viver grandes emoções
Ouvindo as canções
Tão lindas e formosas
De Adoniran Barbosa
Solto beijos, deixo rosas
Para o recantista querido
Um abraço apertado, amigo
E ao estimado parceiro
Digo aqui, ligeiro
Pego carona neste trem
Sem mais nhém, nhém, nhém
Fico comendo biscoito
Esperando o 58
Chegando ao fim da linha
Subscrevo: Nandinha
Fernanda Xerez
Enviado por Fernanda Xerez em 19/06/2011
Código do texto: T3044703
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