O JARDIM DA ALVORADA

Quando falas de amor

Sinto a Rosa adormecer em teu olhar!

Esmaece a minha alma em sonhos

Na ternura dos beijos matinais!

As palavras soam docemente,

Como o eflúvio do poetizar das cascatas

E das cachoeiras em escarcéus

Magnetizando o mundo em tirolesas ao léu!

Os afagos da brisa fazem-me dormir,

Nos braços da borboleta sorridente

Que chega leve no aquarelar

Pincelando o jardim do meu olhar!

Sussurra a lagarta quase moça

Os besouros da alma despertam

Bendita manhã do agora

Gotejar do orvalho na aurora...

O fascínio do céu em esplendor

Faísca maravilhas num carrossel de passarinhos

Que felizes na alegria multicor,

Principiam garbosos, acrobáticas magias.

As gotículas remanescentes do alvor que se vai

Escoando as lavas desse amor sublimar,

São lágrimas esmaecidas dos meus olhos em sonhos,

Brincando com a luz do seu olhar.

Nada me fascina mais do que a retina

Que guarda a imagem da poesia

Luar vicejante, estado de torpor

Inaugura o amor que me inebria.

Das suas células líricas

Emerge incandescente olor de carmim

No jardim encantado da aurora

Que é nossa história dentro de mim.

(Júlia Rocha e Antenor Rosalino)

Antenor Rosalino e Júlia Rocha
Enviado por Antenor Rosalino em 15/07/2011
Reeditado em 01/05/2013
Código do texto: T3096747
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