A FÉ E O AMOR

(Everton)

Não basta o remédio,

É preciso a sorte;

Não basta a sorte,

É preciso Deus;

Não basta Deus,

É preciso a fé.

É preciso a fé para curar,

É preciso a fé para vencer,

É preciso a fé pra Deus atuar.

Mas, então, a fé será o bastante?

Por incrível que pareça, não;

A fé não pode ser tudo,

A fé ainda é quase nada

Porque, antes de tudo, é preciso

De algo mais sublime,

De algo mais sagrado

De algo muito superior:

Um poder que ativa todos os demais,

Um poder chamado Amor!

A FÉ – ESPOSA DO AMOR

(Barret)

É com a fé que passamos a dor,

Que agüentamos com suor,

Do imenso sol abrasador.

É com fé que falamos com Deus,

Que pedimos milagres,

Que o homem acredita ser eterno.

Com fé temos a esperança

De realizarmos nossos sonhos;

Com fé enganamos disfarçadamente

Nossos sentimentos de saudade,

Medo, tristeza e melancolia,

Mas a fé anda

De mãos dadas com o amor.

Um instiga e enobrece,

O outro enternece, embeleza,

Apazigua.

E lá se vão os dois:

A fé brindando o amor

E o amor enaltecido,

Desprende mais amor ainda,

Com fé de que os homens, um dia,

Aprendam a se amarem,

Com o simples intuito

De receberem de volta

Mais amor e a sonhada paz.

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com sexo.

Machado de Assis