SOLIDÃO POÉTICA  

     
(Trieto)


Folhas secas arrastam-se pelo chão 
Orvalho límpido entre a folhagem
Gotas sutis, alvitres de tua paragem
Tingindo o tempo d’antiga paixão

Nuances  cinzas, inverno, escuridão 
Uma chuva fina açoita a ramagem
Dita dissabores ao que de passagem
Busca abrigo nesta álgida amplidão

Frio intenso corta, dilacera coração 
Dizer não, é preciso muita coragem
Incerteza vem, mostra tua imagem
Estável, não eu reluto na decisão

Romance que acaba,  resta a solidão 
Lembranças do amado personagem.

O tempo implacável, avançar da hora 
Da janela observa o vazio na escuridão
(Plenilúnio ausente... Ah! Noturna aflição
(Queda tristeza que na derme aflora)

Insiste em lembrar do mundo lá fora

Flash de um raro momento de ilusão
Passa o tempo e sem muita demora
Metamorfose! Novo ser em mutação...

O fim que renasce em gloriosa aurora 
Surge das cinzas em luminosa renovação
Sentimento é como luz que revigora
Novo ritmo, caliente nasce outra canção

Dor de outrora ,  o amor começa agora 
 
Enamorados, unidos em afável paixão!

              Patrícia Rech
             
Maurélio Machado
             Denise Severgnini

 

Reeditado