O último poema...

Tenho saudades e esperei por tempos sombrios...
Mesmo tua nu agem em brisa leve pouco senti!
E agora, em meio à tempestade de tua ausência,
Reviro-me em tempo, perdido e insano venho a ti.

Meu ledo amor... Abandona-me em outras trocas...
Trocas que se me acometem a distanciar-me de ti.
E em meu peito, algoz, meu coração destroça-se,
Posto que em ventania sopram-te horizontes afim!

E tendo-te, por vezes saciado, em noites raras...
Claras evidências de tua friagem que tanto senti,
Prostro-me em desatino, sabedor do quanto perdi.

Ainda... assim um tanto incrédulo, benevolente...
Espero, insano, que essa chuva tudo lave e leve,
Mas que não carregue o poema que sorvi de ti!!!
( Profanum)

Ainda assim há tantas noites de abandono
Meu olhar se perde em tempestades sem fim
Com o pensamento a recordar cada encontro
E tu se vais levando uma parte de mim.

Feito um martírio tua ausência me assombra
Desfalecem as rosas que no coração reguei
A mesma árvore que um dia me deu sombra
Desaba em cima dos sonhos que eu plantei.

Vidas que seguem por caminhos diferentes
Sangram os versos dolorosos e tardios
Lágrimas caem dos meus olhos emotivos.

A dor inspira-me entre soluços e gritos
O último poema que eu tanto necessito
Deságuo a alma afogando-me nesse rio.
(Dora Estrela)

Dora Estrella e Profanum
Enviado por Dora Estrella em 17/05/2012
Reeditado em 05/06/2012
Código do texto: T3672740
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