Corações em transe

Corações em transe

Queria um pouco de cicuta

Mas me deste esse gole de luar

De tua taça para me entorpecer

Do cósmico instante.

Queria um gole de cicuta

Para desfalecer feito o amor

De eu e tu

De Romeu e Julieta.

Uma mariposa desceu do alto da luz

E bebeu o veneno que era nosso.

Cruzou escura distancia para trazer-nos luz

E jaz morta...

(Estranha mariposa)!.

Agulha reluziu ao Sol, no palheiro.

Uma palavra sorriu em minha solidão feito letreiro

Pisca-pisca, pirilampos entorpecidos

Querendo acasalar na noite escura

Feito poetas embriagados

Nas ruas desertas, deitados nus, feito a Lua

Sem luar...nem Estrelas...

Sem nada no firmamento....

No horizonte, por várias noites, perdi-me

Por não encontrar-te, pintei-te em aquarelas no Arco-íris.

Desnudando-te, aos meus olhos

Adormecidos olhos, binóculos de voyeur...

Uma palavra brilhou, em minha solidão

Eu a quis escrever, frase por frase

Como nossa distancia, refrigera e acalanta a poesia.

Congelados pelos mares azuis de todos os oceanos...

Náufragos, naufragados, nos apoiamos

Nas mãos selamos eternos desvarios e devaneios

Feito navios que aportam e abraçam o cais.

Nossos versos e cacos,

No poder de compor versos, novamente

Convertendo tristeza em alento.

No horizonte atados, como se nunca fossem líquidos

Sólidos, refrigerados e solidificados

Feito distancias que separam a serra e o mar.

Num nivelar que não existe

Lágrimas sim. Alimentadas pela distancia das serras

Alicerçados!....Corações em transe

Nos subsolos do mundo no centro da terra.

Deixo as pedras na parede

Cravadas em outros peitos, que não são meus

Meu coração sangue-carne, desafia toda dor.

Deixo-me aliciar por teus carinhos que aboletam minha face

Enxugo o sangue da minha lágrima.

Lágrimas tem gosto de sal

E sal tem gosto de amor e dor.

Tony Bahia & Francisco Cavalcante.

Tony Bahia e Francisco Cavalcante
Enviado por Tony Bahia em 14/08/2012
Reeditado em 14/08/2012
Código do texto: T3829556
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