POEMA A QUATRO MÃOS

Palavras flutuam sobre o teclado, invadindo o monitor.

Ao serem jogadas na torrente, são levadas pela correnteza...

Chegando até você.

Elas alastram-se em seu monitor,

como códigos que somente seu coração decifra.

Palavras carregadas de sentimentos que apenas você identifica.

Um fluído mina de nossos olhos, conspirando contra nossa vontade

Escorrendo por nossas faces

Faces iluminadas pela luz de nossos monitores na penumbra

São lágrimas de alívio, pois notamos que o inverno já é findo

e vem chegando a primavera, dissipando meu luto.

Meu olhar triste, que de tão triste não percebe, que não mais choro de dor.

Agora um êxtase toma conta de mim. Rompo as cordas que me prendiam

Encontro a saída da selva escura sem nem ao menos saber como a adentrei

e encontro um jardim de descanso, com pastos verdejantes.

Ao deitar-me na relva, olho para o céu, e recordo-me que não pereci, mas estou aqui.

E que agora sou dono de meu tempo de vida

Refugio-me em meus versos e minhas palavras são portas para outros mundos

Eles permitem-me viajar pelo tempo, pelo espaço.

Minha caneta, já não mais posta de lado, novamente escreve...

E ideias na mente brotam como flores nas rachaduras de um muro de pedra fria

Dominando... Transformando o muro frio numa cerca viva de flores coloridas.

Flores que perfumam meu mundo e trazem cor ao dia que antes era cinzento

Que permitem-me ver formar-se um arco-íris onde não havia tom

E essas cores invadem-me a alma e mostram-me que não notava

Mostram-me que, nesse mundo, comungo com outros corações.

Corações tão solitários quanto o meu antes era.

E notei que nossos corações cativaram a liberdade que nos apreendia

Cercava-nos e não tocávamos, de tão cômodo que nos era estar aprisionados.

Era um porto de falsa segurança.

Mas, enfim, compreendi que a liberdade estava em mim,

E quando finalmente a percebi, vi que já não estava mais só.

E sim que estava pronto a um novo recomeço

Um recomeço que se descortina diante de meus olhos marejados

Não pelas lágrimas angustiantes das cadeias, mas lágrimas de um ser, finalmente livre...

Livre para voar... Ir onde quer que possa eu ousar.

Renaissance e Dimitri
Enviado por Renaissance em 11/03/2013
Código do texto: T4182146
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