Amor sofrido

Sinto o peito arder na agonia

Desse sofrer sem prazo marcado,

Que me condenou à revelia,

E por tempo indeterminado...

Sinto meu coração quase em letargia

Respirando sem ter motivo forte

Talvez por pura teimosia

Pobre coração à beira da morte.

Essa dor, que é maior agora,

Nessa hora de dor e solidão.

A chama que minh'alma devora,

E deixa em cinzas o meu coração.

E o motivo hei de levar comigo

Pra outra vida, pro túmulo frio

Morri de amor proibido

Como dia sem sol, sombrio.

Sofri feito cão sem dono

Desesperado bebi cicuta com limão

Recebi um amor sob a forma de abandono

Tive uma vida totalmente em vão!

Tudo culpa minha, não se importe

Com esse coração tão sofredor.

Pois, ainda prefiro a morte

A viver e não ter o seu amor!

Em mais um dueto, dessa vez com a brilhante poetisa Sônia Villarinho, agradeço a inspiradora ajuda nessa que desejamos ser uma pequena homenagem aos nossos mestres Augusto dos Anos e a bela Florbela Espanca.

José Benício e Sonia Villarinho
Enviado por José Benício em 24/03/2013
Reeditado em 24/03/2013
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