SENTIMENTALIDADES
Debruçados no parapeito, os olhos buscavam inquietos possibilidades para além da rua, enquanto o sol enviava recados escritos em seus raios de luz...
Atentos, estancaram diante de uma pequena janela sombria e solitária que mesmo fechada, parecia emitir sons de seu interior, quase inaudíveis, como sussurros.
De repente, algo se reconheceu naquelas vidraças embaçadas e como numa prece, a alma sorriu e cores reluzentes irradiaram silenciosamente pelas frestas da prisão, que num instante de magia, abriu-se como um portal e deu-se o encontro...
Naquele momento, dois corações antes ocos de tudo, abraçaram-se e na sutileza da humildade, encheram-se de sentimento, com a estranha sensação de que estiveram se esperando a vida inteira....
Na exatidão do universo, os verbos corriam os tantos cantos de uma mesma solidão adjetivada em seus contextos e substanciada em tantos pensares introspectivos e sombrios. A procura em descanso deu movimento à inércia e os velhos olhos de pedra se abriram novamente, observando vestígios sutis de uma presença aconchegada e acolhedora.
As incertezas cederam os nós que, desatados, permitiram outras ocorrências.
E agora, o que há é difundido pelas frases infinitas que expressam toda a sentimentalidade que textualiza a existência do que parecia extinto...
Agradeço ao querido POETA DA SOLIDÃO pelo prazer e a honra em ter sua belíssima inspiração compartilhada comigo.