Mar de saudades

Despertei com os pingos da chuva

Que caia impiedosamente

sobre meu rosto sofrido

Então chorei, de saudades

Percebi-me só, na imensidão da areia

Encolhi-me em concha

Tal qual fruto do mar

Senti as vagas no ar

Misturando-se à lagrimas e sal

Tateei, sonhando – olhos abertos

Mas lá você não estava...

Apenas areia escorria-me dos dedos

As ondas vinham beijar-me os pés

Em contínuo consolo

Murmuravam uma canção de saudades

Que se confundiam com o vento sibiloso

Então, enrolei-me de areia

E me encobri de espumas

Na espera, eterna e serena

De que voltes para cá

Afoguei-me em águas salgadas

E na dúvida, não sei

Se eram lágrimas ou águas do mar...

Dueto com Fátima Batista