FINADOS
Odir Milanez
 
 
O triste instante tétrico dos círios
a lembrar do passado o desencanto.
Vozes rouquenhas rendem reza ao pranto
ante as mesas marmóreas dos martírios.
 
É hora de cantar cantos empíreos
a cada corpo inerte, em cada canto,
 de clamar do Senhor o nome santo,
de saudade sentir novos delírios.
 
O dia dado aos mortos. Contrição
ante o silêncio, embora que a razão
nos ensine que à morte transcenderam.
 
Quando o silêncio acolhe a solidão,
no sepulcro abissal do coração
 salmodio aos meus sonhos que morreram...
 
 
JPessoa/PB
02.11.2013
oklima

Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento e versa
versos à vida... 


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EXPOSTA E NUA
Ysolda Cabral
  

Eis que, afinal te vejo assim:
Exposta, sem pudor e  toda nua,
Num  lugar qualquer e apenas tua.
-Tão indiferente para mim!
 
Encaro-te sem nenhuma surpresa,
E, sem pretensão alguma, te toco.
Percebo  ultrapassar o lógico...
Não me apavora a visão sobre a mesa.
 
Não sinto o perfume das flores,
Não sinto a solidão da noite,
E, nenhum receio de dores.
 
Estou livre finalmente e comemoro.
E na clareza deste momento;
Parto feliz e  agradecida oro.

Praia de Candeias-PE
Em  02.11.2013
Apenas Ysolda  
 
oklima e Ysolda Cabral
Enviado por oklima em 02/11/2013
Reeditado em 18/08/2016
Código do texto: T4553261
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