CORDEL – MOTE – 'Por favor não me bajule – Não venha puxar meu saco'

OITAVAS DE SETE SÍLABAS

Em dueto com o poeta Ansilgus

Rimas em ABABCDCD

O poeta, Ansilgus, compareceu com seus versos assim:

(1)

Sua presença constante

Tem algo de especial

Eu fico aqui vigilante

Você é gente do mal

De jeito algum me macule

Porque eu sou bom no taco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(2)

Tenho feito muita força

Pra me livrar de você

Os assuntos não distorça

Não venha com fuzuê

Nem queira que eu capitule

Porque senão eu ataco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(3)

Você gosta de endeusar

Mas só da boca pra fora

Mas então vou recusar

Veja se você me ignora

Antes que a raiva acumule

Sou um homem, não macaco,

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(4)

Dizer que sou seu guru

Não cola, já lhe falei,

Você vá plantar chuchu

Se disso entende não sei

Ou então que se articule

Sem armar qualquer barraco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(5)

Sua postura é bem chata

Já estou pra me arretar

Pode até plantar batata

Boa colheita dará

Nunca mais me atribule

Pois com você eu me atraco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(6)

Você quando me elogia

Faz um riso debochado

Sendo eu jamais faria

Não sou um dissimulado

Sou ruim e não calcule

Eu lhe transformo em cavaco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(7)

Da sua casa só presta

Aquela que sua irmã

Que gosta duma seresta

Com ela fico amanhã

Nem que o sangue coagule

Ou que caia num buraco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

(8)

Se quer saber dum porém

Esqueça logo de mim

Detesto esse vai e vem

E quem vive agindo assim

Seu conceito reformule

Numa luta eu me destaco

POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO.

Colaboração de Aila Brito:

I

A lisonja interesseira

Faz de ti um mal caminho

Sai pra lá interesseira

Melhor caminhar sozinho

Nem vestida assim de tule

Ou com o jeans e o casaco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

II

Por causa da vaidade

Torna-se pessoa hipócrita

Vive pois tua verdade

Melhor é ficar incógnita

Do que calçada em mule

Com postura de cossaco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

III

Vou te dizer outra vez

E vê se não me amola

Pra lá com tua altivez

Ou mando pedir esmola

Sou café quente no bule

Pra tratar animal retaco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

IV

Não dá pra ficar assim

Nessa intriga que não pára

Você quer tudo de mim

Mas na hora ‘H’, tomara!

Pois não me desestimule

Acabo virando um caco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

V

Agora já me arrependo

De tudo que fiz pra ti

Se a ferida está doendo

Raspa com um bisturi

Ou vá acompanhar a ‘cule’

Ou se enfie num buraco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

VI

Sempre está a reclamar

Nada... nada a satisfaz

Gosta muito é de ‘sugar’

Vigarista contumaz

Por isso não mais postule

Nem venha com jeito fraco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

VII

Quero mais é ir embora

E não vou olhar pra trás

Já sei, é chegada a hora

Deus me livre, satanás!

Por favor não me atribule

Ou te meto um cavaco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

VIII

Desta vez é pra valer

Vou seguir um novo rumo

Fica aí a remoer

Da tua vida agora eu sumo

Nem grite nem gesticule

Do ouvido faço um naco

POR FAVOR NÃO ME BAJULE

NÃO VENHA PUXAR MEU SACO

Obrigada pelo convite, nobre amigo Ansilgus; de coração. Deus te abençõe e te ilumine sempre. Rendo-me ao teu telento! Abraços.

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 01/01/2014
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