ROSAS AZUIS X ROSAS BRANCAS


Paulo Silveira de Ávila

Rosas azuis nas noites serenas,
sussurram,
rompem o silêncio da madrugada,
singrando o êxtase à beira
dos abismos
Nas penas dos poetas e sonhadores,
perpassam cálidos sonhos,
que flutuam na imaginação utópica,
da desordem lógica do pensamento
A lua cúmplice das noites estelares,
faz charme beijado suas pétalas tênues,
encantadora e discreta,
aconchegada de luz
Sob a alfombra prateada do luar,
brota uma sensualidade
aos olhos ávidos,
que te mira como mulher amada
Da embriaguez fluida docemente,
sopra o vento exalando
um cheiro lúbrico,
carregado de suspiros carinhosos,
que se cruzam ao toque impulsivo
das carícias
Na coreografia aconchegante
das mãos,
nasce erotizada vontade
de possuí-la
coberto de sedutoras rosas azuis

*****************************************
Cleide Canton

Sentindo-as desmancharem-se em pétalas
e suavemente pousarem sobre o canteiro triste,
a roseira mãe se desfaz em prantos
ao ver que a beleza pura não mais existe.

Lembra do botão que se abriu ao sol
sob o olhar atento dos que lá passavam.
Curva seu caule no último adeus
aos restos brancos que suspiros exalavam.

A terra fértil, num regozijo tolo,
por receber adubo se sentiu feliz.
Ao morrer a beleza o resto se ajusta
na oniciência de quem assim o quis.

Um poeta triste que por ali se achava
ao ver as brancas pétalas com cuidado as colheu
e colocando-as sobre o corpo inerte da amada
em matizes azuis as converteu.

Enquanto a amada aos céus chegava
levando consigo a saudade num sonho,
a pena do poeta em rimas deslizava
sobre o azul das rosas que nasceu tristonho.

Daquela alvura a tinta em cor celeste
deixou poesia nas noites de luar,
onde o amante faz da vida fantasia
buscando rosas azuis para, então, chorar.

Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 23/06/2007
Reeditado em 01/12/2007
Código do texto: T537422
Classificação de conteúdo: seguro