Oficina de Poesia

Tenho andado triste nestes dias nublados

em que a alegria põe-me a salvo do mundo

na face oculta onde a poesia projeta seu semblante.

Não uso disfarce quando a tristeza vem ao espelho.

Lavo o rosto,

sinto o gosto da noite

e o amargo das horas que a hortelã do beijo masca

com o hálito dos lábios do mesmo hábito.

Mas agora não quero saber dessas coisas;

minha tristeza não é laboratório de poesia

nem meus lábios são cobaias do sopro

com poucas praias no ensaio de seus ventos.

Quero ficar a sós

e descobrir o que fazem as pessoas tristes

no Outono de suas folhas secas

quando não existe poesia colhendo sementes

guardadas no silêncio de uma tristeza…

(MAURICIO. C. BATISTA)(IN MEMORIUM)

Os dias tristes ficam ainda mais acesos sem tua presença

que percebe a fisionomia melancólica da poesia.

Visto a máscara da alegria para encobrir o semblante

que tece devagar o olhar despido de saudade...

O arrepio sereno na pele sensível fala mais alto

quando o sussurro de um beijo grita teu nome.

A brisa calma traz a sensação de um olhar

perdido na eternidade...

No momento, preciso ficar comigo

e redescobrir o que o sabor da palavra tem a dizer.

Quem sabe num longínquo inverno

a tristeza possa se vestir de poesia

e disfarçar-se de encanto...

ESTRELA BRILHANTE

Estrela Brilhante e Mauricio C. Batista
Enviado por Estrela Brilhante em 30/01/2016
Reeditado em 30/01/2016
Código do texto: T5528216
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.