Lua Minguante - Duas visões poéticas da mesma cena

Poema

Em plena madrugada fria,

Duma malfadada noite de insônia,

No desassossego dos pensamentos inquietantes,

Troquei o vazio mudo do meu quarto pela solidão lá fora...

Tentativa de afastar os meus fantasmas!

Na amplidão da noite silente

Ao contemplar o infinito acinzentado,

Lá estava ela, solitária como eu, no aguardo do alvorecer,

Em sua fase minguante,

Não menos bela, infante e inspiradora!

Espírito em devaneios,

Vagueando o olhar sobre a paisagem muda,

Deparei-me com uma silhueta solitária,

No alto de uma cumeeira,

Indicando um gatinho a contemplar a abóbada celeste...

Três insones, em cumplicidade, na noite dormente!

Erivas

Soneto

Quando a lua minguante, pequenina

Toma o céu com sua sombra aveludada

Deixa a noite mais triste, enevoada

Como envolta num véu, numa cortina

Só alegra a bicharada felina

Com seus olhos mirantes além do nada

Enxergando sobre a noite entrevada

Com os poderes que possuem na retina

Nem o mar é bonito nessa hora

A natureza sombria deita e chora

E os amantes retraem suas sedes

Se se amam o amor deles é contido

A meia luz, devagar, bem escondido

Nos lençóis e entre quatro paredes

Jhoracio

Jhoracio e Erivas
Enviado por Jhoracio em 07/03/2016
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