Embate entre a vassoura e o rodo
Rainha em qualquer terreno
super-campeã do asseio
porisso é que te condeno
e meu súdito nomeio
Vê bem se te levo a sério
tu que vives em puro lodo
eu sou o cetro do império
e não me arredo, sou o rodo
Tua insolência não perdoo
tu, miserável criatura,
hora de trabalhar, já sôo
deixa de tanta frescura
No trabalho, seletivo
faço sempre o que é essencial
daí não vejo qualquer motivo
pra tua histeria colossal
O que quero te dizer
é que és muito limitado
pois eu, craque no varrer,
sei que ages só no molhado
O molhado é sim reino meu
e também, intimidade
enquanto esse mundo teu
amplo mas só nulidade
Vais dizer então que um quintal
ou mesmo um nobre passeio
têm só valor marginal
é porque de empáfia tás cheio
Ouve bem o que digo agora
que nada é mais que a verdade
tu vives no quintal agora
porém só minha é a intimidade
Sou boa para todo ambiente
não vivo lambendo o chão
sempre firme no batente
da patroa é meu coração
Admito, sou especializado
mas para as tarefas nobres
podes ser de um abastado
e o que mais és é dos pobres
Se tenho essas cerdas belas
sei que sou bem eficaz
e até mesmo nas querelas
não sou de ficar atrás
A mim cabe ser reservado
por elegante figura
porém lambo pra danado
mantendo minha lisura
De cabo somos iguais
contudo, que diferença
pensas em cousas banais
porém tenho maior valença
Contigo não falo mais
não ocupamos mesmo espaço
inimigos figadais
entre nós nada de abraço...
Temos ambos cabo igual
contudo a parte operante
tem diferença total
porisso me faz dominante