Embate entre a vassoura e o rodo

Rainha em qualquer terreno

super-campeã do asseio

porisso é que te condeno

e meu súdito nomeio

Vê bem se te levo a sério

tu que vives em puro lodo

eu sou o cetro do império

e não me arredo, sou o rodo

Tua insolência não perdoo

tu, miserável criatura,

hora de trabalhar, já sôo

deixa de tanta frescura

No trabalho, seletivo

faço sempre o que é essencial

daí não vejo qualquer motivo

pra tua histeria colossal

O que quero te dizer

é que és muito limitado

pois eu, craque no varrer,

sei que ages só no molhado

O molhado é sim reino meu

e também, intimidade

enquanto esse mundo teu

amplo mas só nulidade

Vais dizer então que um quintal

ou mesmo um nobre passeio

têm só valor marginal

é porque de empáfia tás cheio

Ouve bem o que digo agora

que nada é mais que a verdade

tu vives no quintal agora

porém só minha é a intimidade

Sou boa para todo ambiente

não vivo lambendo o chão

sempre firme no batente

da patroa é meu coração

Admito, sou especializado

mas para as tarefas nobres

podes ser de um abastado

e o que mais és é dos pobres

Se tenho essas cerdas belas

sei que sou bem eficaz

e até mesmo nas querelas

não sou de ficar atrás

A mim cabe ser reservado

por elegante figura

porém lambo pra danado

mantendo minha lisura

De cabo somos iguais

contudo, que diferença

pensas em cousas banais

porém tenho maior valença

Contigo não falo mais

não ocupamos mesmo espaço

inimigos figadais

entre nós nada de abraço...

Temos ambos cabo igual

contudo a parte operante

tem diferença total

porisso me faz dominante

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 31/05/2016
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