A OUTRA DIMENSÃO

Serei alma que buscará a luz do infinito
transitando em campos azuis, me vejo a louvar
em túneis reluzentes nas mãos de anjos benditos
magnânimos pensamentos irão me purificar.

 O quanto valerá ter tocado em solo terrestre?
 que traz na atmosfera o amargo veneno
da maçã mordida em desejo incontido
fragmentando inconteste, o elo prometido.

Estarei do outro lado, acima das estrelas
na leveza da poética transcendente e singela
levando nesse espírito estilhaços da lua
que ao avistar-me hialina, cintilará contínua.

A imortalidade excelsa em mim reinará
serei tudo, que ao nada a terra nunca ofereceu
na concepção da dimensão desse grande apogeu
estarei evoluída, onde a paz cobiçada nunca findará.

                                  (Verdana Verdannis)


Aqui não me castiga a chuva fria do inverno
e nem gritos ecoam de demônios arrogantes
cujas ordens pavorosas em hediondo caderno
são cinza de cinzas de vanglórias distantes.

Irão findar-se as eras sem meu sono turbar,
igual bonança de lago em remoto planeta
que em vão barcos estranhos cobiçam navegar
enquanto espelha a luz dum plácido cometa.
 
Brados e lamúrias da multidão furente,
para o meu rosto já sem vida e sem feição
nada serão se não borrasca evanescente
qual zéfiro que sopra em noite de verão.

Mais não me fere o caminhar do tempo,
mas esse corpo em pó que deixou de palpitar
preferiria sangrar até sem lenimento
se pelo menos uma vez pudesse amar.

Rogo aos amigos que ao ler esse poema
lembrem de mim com um gesto de ternura:
ponham do sol, de seu fúlgido diadema,
uma réstia a amornar tão silente sepultura.

                                 (Richard Foxe)






 

Verdana Verdannis e Richard Fox
Enviado por Verdana Verdannis em 15/04/2019
Reeditado em 18/04/2024
Código do texto: T6624320
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