MAR EXUBERANTE

Foi nas ondas da imensidão brilhante,
que considerei a realidade intrigante
misteriosa me parecia a história,
das águas verdes intrépida na memória.

No fundo do mar de tamanho incalculável,
o frio é cortante envolto em escuridão
os segredos, eu desnudo desse reino indomável
aventuro-me sem receios, espírito em mansidão.

Há o peixe, que também é pescador,
na fronte a luz atraindo o alimento
habitante voraz, esse espantoso predador
navega sozinho cobiçando seu intento.

Criaturas fantásticas, talvez surreais,
em desfile oceânico, corpo escamado
 -  listras azuis, lilás ou alaranjado
olhos de cristais, parecem imortais.

Observar esse deslumbre ao entardecer
traz uma sensação divina de só querer viver
fazendo poesia com rimas fulgentes
inspirada no bailar das vagas incandescentes.

                             ( Verdana Verdannis)


O mar que aflige a alma ao marinheiro
- que relembra da família já distante -
emana da saudade um acre cheiro
quando o amado se separa de sua amante.

Não tudo é esplendoroso no oceano
e onde roçam as asas do albatroz
esconde a correnteza um triste engano:
- o da esfinge enigmista e mui feroz.

Onde foram os navios desventurados
nesta lama virente de sargaços?
e o que foi dos mil sonhos estivados
nos veleiros que viraram estilhaços?

Insepulto jaz o nobre encouraçado
atingido pelos rápidos torpedos
e seu sino que badala inda dourado
narra mesto aos navegantes seus segredos.

Lá no fundo vagam sombras de afogados
multidão que a luz no pélago perdeu:
- feito espectros vis e inconformados
clamam silentes a piedade de Morfeu.

                       (Richard Foxe)





 

Verdana Verdannis e Richard Foxe
Enviado por Verdana Verdannis em 22/04/2019
Reeditado em 18/04/2024
Código do texto: T6629845
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