Disforme

Há um vazio que verte da minha alma,

uma capa que embala-me os sonhos

Há uma esperança amorfa

estilizada ...

Um vôo sem direção

em asas disformes, machucadas,

ouço ronco das dores...

Escorrem sangrias do tempo

Feridas fétidas das horas apodrecidas

adormecidas pelo sofrimento

Ouço ecos de memórias já distorcidas pelo tempo, amortecidas,

contornando a linha invisível das deformadas lembranças, nas mãos que sentiram calor, cavando em uma ânsia mórbida, profundezas sangrentas da dor...

À procura de algum rastro, dos sonhos desfeitos que perderam suas asas, tornaram-se galhos secos madrugada afora, golpeados por ventos repletos de silêncios intangíveis...

quebrando-se em lágrimas densas, nesta alma vertendo ausências.