MARTE OBSERVA ANTARES (c/ Kathleen )
Aqui em meu lugar...
Calado pelo silêncio do céu,
Perdido no brilho do olhar,
Imaginação oculta num mundéu.
Antes fora de um brilho intenso,
Mas feriste a cabeça do leão.
Rivalidade no universo imenso,
Antares transcende Escorpião.
Vasculho a constelação num mirante,
Um ramalhete de estrelas da noite,
Antes que as nuvens num rompante,
Cubram o céu num breve açoite.
Imagino um grande brilho num sorriso,
Frágil máscara da dor cortando cores,
Marte ainda vermelho espelho inviso,
Que não demonstrou todos os fatores.
Chá acalma o nervosismo do café,
Sal da terra e o mel no próprio ato,
Acobertando a ferocidade em nua fé,
Alquimia no exótico perfume do mato.
Sob um eclipse o brilho antares,
A marca das horas, o risco das eras,
Sacrifício imolado nos altares,
Os sentidos afiando as esperas.
Mata a fome com tantos pratos,
Olhos vivos aos céus nas janelas,
Mas deixai os prantos aos cantos,
As queixas e teimas nas capelas.
Mas, acordai-vos para Antares,
Enquanto há céu limpo e noites calmas...
Vede brilho farto, clarão no ares,
Paixão nos corpos, paz nas almas.
© Walterbrios
19 de novembro de 2005
[Dueto com o poema SOU ANTARES, da amiga Kathleen Lessa]