Menino em Branco e Preto

PIERRÔ: - Quando o holofote se apagar eu não saberei sair de cena. Verei apenas a cortina se fechar aos aplausos de uma fria platéia, mas quando o holofote se apagar, ninguém mais verá o brilho que tem nos olhos do palhaço triste, que insiste que a tristeza o levará a algum lugar.

PLATÉIA: - Ah, se esse menino soubesse as belas expressões que o seu rosto pode abrigar, que verdadeiramente não precisa ser triste para o espelho o prestigiar, pois de drama já é feita à vida, enquanto as cortinas abertas o possibilitam sonhar (...) - Ah, se em seu rosto atuasse o sorriso, mesmo sendo um daqueles mais indecisos, aplaudi-lo-íamos em pé, e nem seria preciso o palhaço se pintar. (...)

PIERRÔ: - Eu sei que uma hora o meu monólogo mudo será ouvido, e mesmo que á fria platéia não faça sentido, Eu estarei aqui, posicionado no mesmo lugar, esperando conscientemente a vermelha cortina se fechar. Sei que a minha melancolia já não é aplaudida, e mesmo que o verde, o vermelho e o azul tentem me ludibriar, permanecerei branco como a bruma, pois prefiro ser preto e branco, por que nessas cores tenho todas em nenhuma.

(Frios Aplausos)

“Azar, a esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista , Tem que continuar” (citação da música O Bebado e o Equilibrista)

JHNETO Nascimento
Enviado por JHNETO Nascimento em 15/11/2007
Reeditado em 15/11/2007
Código do texto: T738259
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