Adormecida

Uma noite eu me lembro... Ela dormia

Numa rede encostada molemente...

Quase aberto o roupão... solto o cabelo

E o pé descalço do tapete rente.

Castro Alves

Tinha a face serena, delicada

Meu coração batia fortemente

Ao seu lado olhando-a, eu sonhava

E vi seus lábios tremerem levemente.

Mayra Luz

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste

Exalavam as silvas da campina...

E ao longe, num pedaço do horizonte

Via-se a noite plácida e divina.

Castro Alves

A brisa trazia um perfume delicado,

No céu nuvens brancas qual neblina

Onde pássaros voavam agitados

Sobre seu rosto de mulher, quase menina.

Mayra Luz

De um jasmineiro os galhos encurvados,

Indiscretos entravam pela sala,

E de leve oscilando ao tom das auras

Iam na face trêmulos — beijá-la.

Castro Alves

Com flores lilases perfumadas.

Balançando devagar se aproximava.

Ela, ao sentir na face a carícia, esboçava um sorriso.

Por certo, com um grande amor sonhava.

Mayra Luz

Iracema Cerione (Mayra Luz) e Poeta: Castro Alves (Homenagem)
Enviado por Iracema Cerione (Mayra Luz) em 11/03/2022
Código do texto: T7470544
Classificação de conteúdo: seguro