Pegadas

Meu pés seguem …

Estradas de Incertezas, sentimentos de impotência

olhos de uma razão inóspita

Abrindo a porta da frente sem saber onde ir

São tantos porquês mudos, presos atrás das janelas

Tantos nadas embriagados perambulando em ausências de mim

Silêncios presos nos corredores da alma

A vida corre em minha frente

Solta minhas mãos

Aonde deixei minhas pegadas?

Sinto-me em uma viagem perdida, sem volta e sem destino a alcançar

Estou sozinha por esse caminho que eu não conheço, já fazem tantas luas que esqueci de caminhar

Sinto-me órfã, desamparada na opacidade dessa jornada que não reconheço como minha

Estou nessa inércia infinda, comendo migalhas pisoteadas nesta caminhada infrutífera

Estou tão cansada de olhar esse chão, procurando algum resquício de onde me apaguei, revirando a poeira da estrada por onde passei, buscando encontrar alguma partícula de vida, no nada que me tornei

Eu ainda tento em meio a escuridão,

ouvir minha voz emudecida, segurar o fôlego de vida que soltou minhas mãos

Não sei onde encontrar, mas ao longe eu posso sentir... minhas pegadas demarcando a alma que ainda pulsa por existir !