Renúncia

Renúncia

É assim como sonâmbula, que pela casa ela anda

Já não se movimenta sem o auxílio de alguém

O dia nasce e ela assim, a noite chega branda

Morta viva, perambulando, como matusalém

Devagar, sem vontade, sem nada entender

Sem querer ver a vida, entorpecida, dormente

Cumpre sua passagem na terra e tenta esconder

Quem tirou sua alegria, deixando sua vida abstinente

Antes mulher forte,bela, suave pessoa sem igual

Hoje, pedaço de gente se tornou, não vive, vegeta

Mas no fundo dos olhos, enxerguei o vendaval

Que aprisionou sua alma em uma cela secreta

Foi amor que partiu,detonou, petrificou seu coração

Retalhou sua alma,anulou sua vida,limitou seu viver

Hoje é corpo vivo, sem sonhos, apenas abdicação

Renunciou a vida, vagando sem rumo, num eterno padecer

Jane Rossi e Marta Peres

Marta Peres
Enviado por Marta Peres em 14/02/2008
Código do texto: T859258