Renúncia
Renúncia
É assim como sonâmbula, que pela casa ela anda
Já não se movimenta sem o auxílio de alguém
O dia nasce e ela assim, a noite chega branda
Morta viva, perambulando, como matusalém
Devagar, sem vontade, sem nada entender
Sem querer ver a vida, entorpecida, dormente
Cumpre sua passagem na terra e tenta esconder
Quem tirou sua alegria, deixando sua vida abstinente
Antes mulher forte,bela, suave pessoa sem igual
Hoje, pedaço de gente se tornou, não vive, vegeta
Mas no fundo dos olhos, enxerguei o vendaval
Que aprisionou sua alma em uma cela secreta
Foi amor que partiu,detonou, petrificou seu coração
Retalhou sua alma,anulou sua vida,limitou seu viver
Hoje é corpo vivo, sem sonhos, apenas abdicação
Renunciou a vida, vagando sem rumo, num eterno padecer
Jane Rossi e Marta Peres