O Fado e um Adeus... - Lúcia-Lms // O Fado e o adeus. - António Zumaia

O Fado e um Adeus...

Caem as horas do tempo

Torna-se o céu, azul-cinzento

Nuvens passam a bailar

Rodopiam, num incessante saltitar..

Ventos começam a brincar,

com folhas mortas,

jogadas à calçada...

Voam papéis...

Pedaços de pequenas lembranças

espalhados a esmo pelo chão

Hora de despedidas...

Temporal que se aproxima!

Coração se aperta de saudade...

Ao longe, notas pungentes de belo fado

penetram minh'alma

Convidam-me a sonhar,

enquanto de meus olhos,

lágrimas não param de chorar..

Mãos nervosas

apertam-se febrilmente,

na ãnsia de uma fundir-se a outra,

como dois corpos, em meu pensamento...

Aconchego o xale negro

sobre meus ombros desnudos

como se fossem os lábios do amado

a beijar-lhe suas curvas...

Pensamento voa...

Vai em busca do meu amor,

qual o vento que,

em sua intensidade,

faz soar o seu clamor..

Caem do céu as primeiras gotas...

Serão de chuva?

Serão de lágrimas?

A dor dessa saudade mistura-se

com o lamento do fado...

Chora a natureza

a despedida de um amor...

Lúcia-Lms

(05/04/08)

O Fado e o adeus.

É feio um homem chorar,

diz o povo sem razão…

Essas lágrimas soltar,

são razões do coração.

Nesse dia que senti,

o toque da tua mão;

De certeza eu vivi,

a mais bela ilusão.

Foste diva foste fado,

no esplendor da tempestade;

De negro chaile traçado,

tu me cantaste a verdade.

As lágrimas que eu sentia,

era afinal o amor.

O perder-te… eu sabia,

que meu fado era dor.

De meus olhos te apartaste

e vi lágrimas nos teus…

Senti assim que legaste,

o fado e o adeus.

António Zumaia

06.04.2008

**É com muita emoção que agradeço ao querido amigo e poeta Antônio Zumaia pelo carinho em presentear-me com esse belíssimo poema, compondo assim um dueto onde o Fado e a Poesia não encontram barreiras...

Muito obrigada meu querido amigo!

Carinhoso abraço,

Lúcia.

(06/04/08)