tudo secreto

Há momentos que nos transformam em passado. Que nos colocam num longínquo instante, onde mergulhamos sem que se queira sentir o movimento do regresso. Não recordo bem quando, apenas que foi no mesmo ano em que tanto se atropelou na minha vida. Um ano intenso, cheio de emoções, de ansiedade, de sonhos, de muitos sentires à flor da pele. 2007 foi o ano. O ano em que conheci o M., em que decidimos viver juntos e o ano em que, outras pessoas entraram na minha vida com tal rompante intenso que permaneceram. Uma dessas pessoas permaneceu em mim até há poucos meses atrás. E saiu tão repentinamente como havia chegado. Desiludido, quiça. Às vezes ainda penso no quanto gostaria de lhe percorrer o rosto com as pontas dos dedos para desfazer a ruga de preocupação da testa, ou para tornar menos amarelo o sorriso triste que recordo desde a última conversa que tivemos. Mas não, não vou atropelar a história, nem começar pelo fim [da história e da relação]. Estavamos no início de 2007, frio ainda, quando as noites convidavam a ficar no quente da sala, lareira acesa e portátil no colo, com horas dedicadas a escrever e a trocar mails com todos os desconhecidos e desconhecidas com quem se trocam palavras de circunstância e palavras de amizade, confidências estranhas sem se saber a quem. Numa dessas noites fui surpreendida por um mail de alguém que tinha acabado de adicionar no msn