A TARDE VESTE VERDE

"A tarde veste verde" dá a medida do talento e da inspiração deste escritor gaúcho, que alia à sua atividade de advogado, a de professor universitário. Preparo intelectual, vivência, herança de um município singularmente bem dotado para as coisas do espírito e de um ambiente heróico e místico, feito de heroísmo e de embates da fé, nos primórdios da civilização brasileira nestes extremos da fronteira sulina do Brasil, tudo colabora para construir neste poeta uma personalidade forte e capaz. Luongo fez sua profissão de fé com destemor e ufania, em “Espaço interior”: Que meu verso/ quebre as algemas/ todas as formas/ de intercessão.” Por isso e para isso escreve, para se comunicar, para dialogar, na construção de si mesmo e do mundo. É essa a temática do livro, tantos e de tão lindos poemas contém este volume que sua leitura torna-se um doce prazer. Como não gostar de ler um poema de tal quilate e força, a fazer de seu talento e de sua emoção, escada para a esperança e ponte de fraternidade? Junto dessa nota insistente e profunda – em prol da confraternização e do entendimento dos homens – há poemas de amor e poemas voltados para a paisagem, como “A tarde veste verde”, que intitula esta obra. Mas, em todos e em tudo, parece que predomina o diálogo com o ser mais íntimo, uma conversa com a alma. ________________________________________ SILVEIRA, José de Deus Luongo da. A TARDE VESTE VERDE. Ed. da Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2006.-