Alívio da Alma

Para o livro “Alívio da Alma” de 2009, em cada um dos poemas, tento dar materialidade aquilo que à priori é da ordem do indizível. Este trabalho se caracteriza pela profusão de imagens e sentidos que remetem a um lado obscuro da vida. São construídos pelas “ruínas”, pelas fontes mais dolorosas e dilacerantes. Por certo, é uma negatividade produtiva, pois é a partir dela que conformo meu trabalho. Este livro não é contemplável. É visceral. É negro. É a parte oculta da mente que possui a essência da dor. Aqui há um mundo obscuro, cinza e degradante… O “Alívio da Alma” destaca as lacunas contidas nas frases, nos movimentos e na sutileza das palavras mortas. Os poemas parecem transportar para um mundo desconhecido, de mãos cálidas e corações vis. Às vezes parece incompreender a própria certeza, como em um hermético sonho de cores nobres e caminhos farpos.