Sonetos de otimismo e outros sonetos

Sempre procurei simplificar minha poesia, pensando exclusivamente no leitor, fazendo-o perceber que aqueles versos foram feitos para ele, induzindo-o, naturalmente, a soltar um breve suspiro de satisfação e deslumbramento. A busca pela estética e pela métrica perfeita, são meus desafios diários. Sei que ainda não tenho “pleno domínio do soneto”. No entanto, tenho transpirado muito. Sei também que serei criticado pelos poetas e outros tantos intelectuais. Meus versos serão julgados como clichês, lugar comum, de rimas pobres, modestos, enfim. Sei que meus versos estão cheios de “dores e ferimentos”, mas ainda estão em tratamento intensivo e um dia, quem sabe sairão do “coma induzido.” Quando eu morava em Florianópolis, escutei uma criança, apontando pra mim, perguntar pra sua mãe: “_Mãe não é o Helhinho, o fazendeiro de poesias?” Passei então a me considerar um humilde fazendeiro dedicado a sua lavra, que planta, semeia, cultiva e colhe seus frutos e seus grãos. Deixo para que o leitor julgue esta minha humilde plantação. E se essa colheita arrancar um mínimo suspiro de contemplação, já me sentirei realizado.