A LOBA DAS ALMAS
Não há quem já não tenha se deparado com ela, ou respirado o seu odor, porque de certa forma, para caminhar pela vida, há que se dominar a arte de respirá-la e domá-la a cada esquina.
De corpo disforme, abstrato e mutante, não tem cara...mas pode se transmutar em todos os rostos!
Hipócrita, destrutiva, fétida e vadia, nasce indolentemente no âmago dos medíocres.
Traiçoeira, só se mantém viva do parasitismo do brilho dos que existem de verdade, daqueles que aceitam a luta com brio e coragem;e se consagra viva e reclusa, nas negras entranhas das espécies que se arrastam na lama, pelos becos escuros da deslealdade, nos subúrbios da subexistência.
Sempre acompanhada da ganância desmedida, não tem medidas sequer para ambicionar o lixo!
Alimenta-se do escárnio...e flerta com qualquer poder, pois jamais soube existir por si mesma.
Ratazana do instinto primitivo, corroe os atos e os princípios que edificam, e sorrateiramente se instala na essência dos que jamais lapidaram o espírito.
Se inadvertidamente toma a energia da luz...apaga-se instantaneamente, como se deflagrasse um " curto - circuito dialético" entre o bem e o mal.
Dissipa-se pelo olhar fúnebre, cabisbaixo e opaco, daqueles que, embora não saibam, exalam o enxofre...em vida.
Aqui fica minha ode à INVEJA, a "loba das almas", talvez o mais abominável dos sentimentos, e que inexoravelmente perambula pelos funestos caminhos da AUTO DESTRUIÇÃO.
Nota do autor:
"Em agradecimento pelos ensinamentos da própria vida"