Sim, eu sou culpado por permitir o tempo passar. Não conseguir sustentar as horas e os dias, e assim vivenciar o ocaso e o inexorável, mas apesar de tudo sou culpado. Por não mais ter todo ímpeto de outrora, e possuir agora um amor muito mais refinado.

 

                 Sou culpado por todo trabalho do qual me incumbi com o objetivo de viver melhor. E assim com isso possuir o desgaste correlato aos tantos dias com o peso de incontáveis responsabilidades.

 

               Na minha alma estão todas as marcas, todas as cicatrizes do açoite. Este que foi muito profícuo na sua função de causar dor. Não pense que agora estes meus momentos onde aparentemente me encontro absorto em nada, são apenas indiferença, seria muito simples se assim fosse.

 

               O gosto da repercussão é tudo o que vem a boca nestes momentos, onde o passado não morre nunca. Portanto sendo assim não se preocupe: claro! A culpa é minha, por tudo isso, mesmo sabendo que se não tivesse feito tanto, o presente assim não seria e será que se assim não fosse, você seria feliz? Deixa estar; disso eu também sou culpado, da sua infelicidade.

 

 

 

Gerson F Filho
Enviado por Gerson F Filho em 06/06/2008
Reeditado em 06/06/2008
Código do texto: T1021912