CONVERSA ANÔNIMA

- Oi.

- Oi.

- Você não me é estranho.

- Você também não.

- Mas não me lembro de onde te conheço.

- Pode ser de tantos lugares, tantos bares.

- Eu não freqüento bares.

- Pode ser então de outro lugar

- É, pode ser.

- Lugar indefinido, tempo indefinido.

- É..., mas não consigo nem lembrar o seu nome.

- Nem eu sei o seu.

- Bem, meu nome é..., deixa pra lá.

- Tudo bem, o anonimato sempre reserva surpresa.

- Eu sei, mas ficamos assim.

- Você é quem sabe.

- Bom, preciso ir ao..., um lugar.

- É, eu também.

- Então tá, tchau.

- É, tchau. Até qualquer dia.

- Em qualquer lugar.

- Pode ser. Num tempo indeterminado.

- É, tchau.

- Tchau.

Segui o meu caminho, tranqüilo. Acho que ela também.

Peixão89

Medo de Amar - 1984

Peixão
Enviado por Peixão em 13/04/2005
Reeditado em 30/08/2009
Código do texto: T11063
Classificação de conteúdo: seguro
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