O MEU MUNDO TEM CARA LAVADA!
É notório que vivemos num mundo de aparências.
Dizem que a primeira impressão é a que fica, e todos lutamos frenéticamente pelas primeiras impressões, no entanto, não é nada fácil no decorrer do tempo retirar com nossas próprias mãos a densa maquiagem do mundo, que acaba por nos contaminar!
A sociedade dita os esteriótipos, e ai daquele que ousar desafiá-la.
E em todos seguimentos da vida, no cotidiano do tudo, vivemos a constatar que nem tudo que brilha é ouro...realmente!
Mas para a mais fosca das situações sempre há quem dê um jeitinho de maquiá-la....para iludir o "outro" ao seu bel prazer...
Às vezes percebo o quão difícil nos é sermos essência com senso!
Demanda por extrema coragem e maturidade.
Sempre há um papel a se cumprir, uma falácia a disfarçar, um protocolo a seguir, um "senhor" a satifazer, um "certo" a se defender, porém, se ousarmos enfrentar o mundo de cara lavada, veremos que, das fantasias e respectivas maquiagens do entorno, muito pouco se tem a espremer, retirar e desfrutar...quando chegamos no âmago do "caroço".
O bom sumo está cada vez mais escasso. O senso cada vez mais solitário.
As maquiagens nos roubam de nós, deterioram, e enfadonham todas as relações.
Quase sempre cumprimos papéis de personagens que nada têm a ver conosco!
"A velha calça desbotada ou coisa assim" saiu de moda! E faz tempo.
O despojamento, só se for de alma, e lá bem escondidinho de nós, em pleno silêncio, para que ninguém perceba que ainda ousamos questionar, argumentar e repudiar. É mais fácil aceitar as algemas.
Somos escravos. Escravos inerciais das receitas pré fabricadas às massas, propostas dos regimes, dos sistemas, inclusive do tempo.
Liberdade é fantasia.Jamais seremos livres, pois nascidos já estaremos condenados às maquiagens.
Não é mister qualidade.Em nada.Isso também já não se cobra mais de ninguém.
O que vale é vestir e retocar a maquiagem na hora certa e seguirmos pela vida fantasiados com a grife das instituições, com a capa das enganações com que o mundo inteiro se cobre.
E depois, bem longe da essência, intitulamo-nos 'seres humanos"...
"Personas" despersonalizadas, mas bem "maquiadas" para os papéis surreias das felizes aparências.
É só por isso que luto ao menos pelo meu mundo... de cara lavada!