Alô intelectuais

Angélica T. Almstadter

Aposto que você aí deve estar pensando: Ihhhh lá vem ela com a mesma cantilena, com aquelas prosas melosas, cheias de declarações amorosas piegas. Se enganou! Hoje eu vou falar com você, é com você mesmo! Saiba que quando escrevo não penso e nem premedito o texto, ele surge espontaneamente a medida que vou digitando...simples assim.

Se são declarações ou não, fica a critério de quem lê e interpreta, na verdade isso nunca me preocupa, sei que vai chegar às pessoas certas e às pessoas que deles gostam, isso me basta.

Provavelmente do alto da sua intelectualidade, você me olhe com desaprovação, claro, no fundo você me julga inferior a você, ainda que jamais admita, e como você tem diplomas pendurados pelas suas paredes, ou talvez exerça ou exerceu funções importantes; olha-me com um misto de rejeição e desdém.

Pois é, é para você que estou escrevendo hoje. Saiba que é uma honra pra mim, escrever para alguém que nunca me dirige um elogio ou uma palavra de incentivo, você que não responde a um bom dia ou ao um boa noite meu, porque acha cansativo e bobo meus textos românticos.

Fiquei pensando que apesar de você ser uma pessoa culta, de você ser uma pessoa de boa posição social e financeira e naturalmente ter um vocabulário bastante amplo...é cheio de travas, não consegue se expressar...talvez nem saiba mesmo o que é amar daí achar meus textos uma baboseira brega, sem graça e sem nenhum valor.

Sabe de uma coisa? Já que cheguei até aqui, já que fiz uma pausa nos meus "melosos" textos de início e fim de noite, e já também que minha inspiração resolveu entrar de férias vamos combinar uma coisa? Você não me aplaude, você não me lê, você me ignora, mas não debocha.

Porque eu não escrevo para você, eu escrevo para pessoas que têm sentimentos, emoções. Eu escrevo o que muita gente sente, mas não sabe colocar em palavras, eu escrevo só o que meu coração dita, e apesar de não ser (e nem quero) uma intelectual sei traduzir nas minhas falas o que vai nos corações das pessoas.

E pra você que pensou que estou ofendida, aborrecida com alguém, calma, segura a paranóia, só estou usando minha tribuna para me dirigir àqueles que não tem o hábito de me ler, ou lêem com o nariz torcido. E agora a pergunta que não quer calar...

Como tenho tanta certeza de que vou ser lida? Ah! eu aposto na sua curiosidade, de saber se é para você ou não que eu escrevi, ora!

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 15/04/2005
Código do texto: T11475
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