Abismo da Beleza Nua

Há um estremecer em nossa alma.

Sempre.

Sombras e imagens que se desfazem sem o sabermos

sou uma sombra de mim

em instantes

ou um simulacro de imagem

que não se sustenta sob luz bruxulenate projetada numa parede áspera?

Para quê ser poeta?

Para ler aquilo que ainda está para ser escrito

inútil

se não transformado em sombras de nós.

O mundo é emaranhado de possibilidades de lecturas.

A Ciência lê com razão e técnica coladas num real chapado.

A Magia, o encontro celebratório da vida no cotidiano, lê com alma.

O terapeuta, lê emoções flutuantes entre 4 paredes.

e o poeta

nada lê.

Não se propõe

poque sabe que há resquicíos no silêncio inaudito

maldito

que reina

incompreensível

para nós.

E não pergunto à vida

vou à rocha observar seu canto

lasca imprestável

de um zumbido de vida.

Mas o quê existe

insiste

e lá fica a nos rodear

com sua beleza

a imensidão incontida

em nós

e no mundo.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 02/09/2008
Código do texto: T1157775
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