Sobre gritos e silêncio.

Já sentiu como se algo dentro de você estivesse trincando à ponto de te fazer pensar, ou temer, como se fosse explodir em mil pedaços de repente num estrondo surdo em meio àquele silêncio medonho, que dá vontade de gritar?

Então.

Em meio à crise, a catarse. Paralisados, nossos medos ganham forma e terreno. Assustados, eles nos transformam em expectadores, e, atônitos ainda assistimos à nossa vontade sendo reduzida a pó. E não pense que é um processo demorado, por vezes é tão rápido que nem nos damos conta, como pequenos hematomas de dia seguinte.

Se identificou com algo? É, talvez você esteja doente, porque sim, conformismo é um desses males modernos dos mais destrutivos, é o câncer da alma, a aids da mente se preferir, o ponto é que ele te chupa cara, até te definhar.

Aí você tenta, sessão de descarrego, daime, yoga, cocaína, niilismo, abstinência, promiscuidade, e toda essa merda e esquece de olhar pra dentro, você se esquece de quem você é e já não sabe quem quer ser ou o quê.

E talvez seja tão simples. Foco e paciência. Consciência, paixão.

Faltam-me atributos ainda, mas logo terei o material necessário pra tecer meu casulo e criar asas. A Lua não cresce em uma noite, mas quando amanhecer você pode abrir sua janela e alçar vôo.

Ou não.