O difícil dilema da crise...
Pelos meios de comunicação tomamos conhecimento nestes dias, deste triste acontecimento na cidade de Santo André – SP. Um jovem perturbado emocionalmente mantém seqüestradas sua ex-namorada e uma amiga... E no desfecho da crise, as jovens são baleadas, uma por sorte não gravemente no rosto, a outra infelizmente, de forma gravíssima na cabeça.
Agora, as atenções se voltam para a ação da Polícia Militar, em meio ao gerenciamento de tal crise... Pergunta-se agora, por que não eliminaram o seqüestrador com um atirador de elite, nas oportunidades que surgiram? Esquece-se, no entanto, que no momento de tais oportunidades, o momento da crise caminhava no diálogo e na tentativa da preservação de todas as vidas, inclusive a do seqüestrador...
Caso o seqüestrador tivesse sido morto por um atirador de elite e as meninas libertadas, a imprensa e os “Direitos Humanos” (que só vemos correr atrás de direitos para “desumanos”) seriam os primeiros a caçar a Polícia: “Por que não negociaram mais?” “Haveria como acabar com a crise sem que “um jovem” fosse brutalmente assassinado!” “Polícia assassina!”. Seria provavelmente essas as reações...
Mas a realidade, -- sempre cruel para a Polícia – foi que o seqüestrador, não colaborando com a negociação terminou por alvejar as reféns, no momento crítico de invasão do apartamento. De qualquer forma, a ação policial sempre seria alvo de críticas pela sociedade...
Caso a crise tivesse terminado bem, com as reféns incólumes e o seqüestrador preso, ainda assim haveria os que reclamariam pela demora no desfecho, por não ter eliminado o seqüestrador, etc.
Em fim, não há trabalho que a Polícia faça que satisfaça a população...
LMJ
18/10/2008