QUANDO O AMOR É RÉU!

Olhando para trás, e para o derredor do hoje...

A História da humanidade registra importantes acontecimentos cujo cenário de fundo é atribuído ao "amor".

Grandes impérios estiveram sobre sua mira, belas mulheres, homens poderosos, enfim, inacreditáveis sucumbências em nome do tal sentimento...pricipalmente se aliado à paixão...o que o torna, talvez, extremamente perigoso.

A própria mitologia, para quem a estuda e entende o seu simbolismo, também coloca o amor no centro das atenções de grandes alegrias e de grandes tragédias...inclusive as dos deuses.

O teatro idem, pois a arte cênica ao colocar no palco a atuação do instrumento poético, nos figura todas as forças aliadas ao amor, e basta nos reportarmos a sheakspeare que veremos toda a sua potencialidade em escrever estórias...aonde nelas a nossa própria história se espelha.

Porém, hoje o meu pensamento é antagônico à sedução amorosa milenar focada por parte das artes...e até hoje tão usada pelo Homem para justificar suas loucuras.

Ao olhar o macro entorno do mundo e o micro do meu íntimo com muita atenção, percebo que o amor difere totalmente do que cantam todas as artes.

A Bíblia, em Coríntios, para mim é o livro que iluminadamente descreve o cerne desse sentimento tão simples e tão complicado de se entender...e de se sentir.

Em pleno século vinte e um, parece que vivemos o que eu chamaria de "fundamentalismo" do amor. Grandes absurdos são cometidos pela humanidade...em seu nome! O mesmo fundamentalismo que "usa" um deus.

Ou seja...o amor como sentimento cego, opressor, vaidoso, submisso, arrogante, egoísta, traiçoeiro, manipulador, dono de tudo...e de todos!

"Matei por amor".

Enfim, vale tudo pelo "amor réu".

Não, muito longe dessa equivocada definição de amor que testemunhamos principalmente nessa bárbara regressão da atualidade.

Amor é um sentimento nobre...só possível para espiritualidade polida.

Enquanto humanidade ainda estamos distante dessa dádiva, é o sinto.

A capacidade de amar em toda sua plenitude é um exato indice de crescimento espiritual, é o que penso. É quase se despir da nossa condição terrena.

Amor é doação, é olhar, é compreensão, é humildade, é solidariedade, é caridade, é concessão, é divisão, é união, é multiplicação, é perdão.

Amor é mãos!

Amor não é tesão por si mesmo!

Se é disputa, não é amor.

Se é egoismo, não é amor.

Se é vaidade...pior ainda.

Aonde há violência...há a sua total ausência.

Ausência de presença....talvez uma melhor definição do "anti-amor".

Porque amor, é sobretudo, paz.

Portanto, nada justifica o fundamentalismo amoroso que vemos por aí.

Mera ingenuidade poética , surrealista, dos que acreditam que se tira a vida por amor.

Apenas Sheakspeare tinha esse direito...com a sua arte.

A nós meros humanos, ainda nos resta a grande lição que nos conduza ao mais nobre dos aprendizados, aqui, nesse planeta Terra, local de assustadora expiação: o aprendizado de se saber AMAR.

Equanto isso, deixemos o "amor mundano" no banco do réus, e peçamos para que o AMOR de Deus jamais desista de nós.

"Sem amor, jamais seremos"

Coríntios.