CONVIDADO E NÃO INTRUSO

Ingerir bebidas alcoólicas está, estreita e freqüentemente, associado aos ambientes glamurosos e às ocasiões festivas. Não obstante, todo final de festa quase semre tem algum fato promíscuo. As mazelas das cirroses, das pancreatites e das mutilações provocadas pelos acidentes automobilísticos, ficavam, até bem pouco tempo, restritas ao ambiente da familia atingida. A faceta festiva deste tipo de bebida, sempre foi alvo de propagandas massificantes. Evidentemente que o marketing alcooleiro percebendo a oportunidade, soube, e muito bem, explorar tal tendência negativa do ser humano. As bebidas alcoólicas são a nós apresentadas, e desde nossa mais tenra infancia, como algo associado ao prazer, à festa, e à alegria. Um adolescente, que ao passar por este difícil trecho, que o faz experimentar uma intensa crise de identidade, recheiada de medo, ansiedade e insegurança, que faz do álcool uma maravilhosa dádiva. Uma chave fantástica para abrir as algemas de suas inibições. Também o adulto superatarefado,insatisfeito, castrado por uma religiosidade desonesta e mal entendida, está fadado a se converter numa presa fácil de ocasionais e homéricas bebedeiras. Mas elas não são suficientes para rotulá-lo como um portador de alcoolismo patológico. Patológico ou não, esta pessoa já está na faixa dos bebedores contumazes. Apezar de ainda não ser classificada como alcoólatras. É justamente com estes bebedores, que ocorrem as grandes tragédias de estradas e os bestiais homicídios em bares.

- Basta o hábito? Bastam a incidência de sofrimentos morais, físicos, psíquicos, afim de que o alcoolismo patológico se estabeleça em um determinado individuo e ele receba em conseqüência disto o rotulo clínico de alcoólico?

- Não, não bastam! A ciência nos ensina que é necessário que também estejam presentes numa pessoa, certas condições físicas, mentais e psíquicas. Condições estas, diga-se de passagem, ainda muito pouco esclarecidas. Parece que reais, porem ainda na penumbra da incerteza. Há, por exemplo, certas teorias que procuram explicar a capacidade que o álcool tem para provocar dependências. Nesta linha estão as que arrolam os neurotransmissores do impulso nervoso, - mediadores químicos que estão presentes no sistema nervoso central-, a exemplo da epinefrina, norepinefrina,serotonina e dopamina. A hipotese em foco relaciona o baixo teor de dopamina no cérebro.

Você está pensando em usar bebida alcoólica pela primeira vez? Dê antes uma observada no mundo a sua volta, e a partir daí, tire suas próprias conclusões. Isso aí é igualzinho saltar de para-quedas, existem saltos que são previstos, (mas com bebida não tem nada previsto) , mas tem outros saltos que acontecem com quem foi envolvido pela tempestade dos fatos do dia-a-dia. Nós, de cima da catedra amarga de nossa própria experiência, nunca perdemos a mania de mostrar o buraco em que caimos.

Elopere
Enviado por Elopere em 12/11/2008
Reeditado em 03/06/2009
Código do texto: T1279485
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