Avaliação Global Ponderada

Avaliação Global Ponderada

Armstrong

Nas instituições de ensino do mundo inteiro, salvo raras exceções, são ensinadas atividades curriculares que tem como principal objetivo a construção de conhecimentos mínimos que se associam a idade escolar ou ao curso estudado. No Brasil, por exemplo, são ensinadas, nos primeiro e segundo graus, disciplinas como Matemática, Português, História, Geografia, Ciências, Música e outras, as quais, na maioria das vezes, a partir de certo tempo de estudo que não passa de cinco anos, não são do agrado de todos os alunos. Uns gostam mais de Matemática, outros tem paixão por Ciências, Música, etc. O que nos leva a esse prazer de gostar mais de um assunto do que outro tem muito a ver com nossas capacidades que, se estimuladas, nos tornam profissionais os mais diversos como médicos, engenheiros, advogados, músicos, etc. Na prática, o que se vê, com raras exceções, é um verdadeiro massacre: alunos que não suportam Matemática sendo obrigados a estudar os mais complexos problemas com números, assim como os que não suportam estudar História, mas que tem grande aptidão por Matemática, se vêem em papos de aranha para estudar verdadeiras enciclopédias sobre o que aconteceu no nosso passado. O resultado é previsível: muitos alunos repetem o ano letivo, sofrem humilhações em casa e no colégio e alguns chegam a desistir de estudar. Portanto, é preciso que se respeitem e se valorizem as aptidões dos que buscam nas escolas um futuro melhor para si e seus familiares. A proposta da Avaliação Global Ponderada é uma contribuição nesse sentido, e pode ser introduzida a partir de certo amadurecimento dos alunos.

Inicialmente é preciso que se definam duas propostas pedagógicas que tenham o objetivo de estimular a auto-estima dos alunos: 1) que as avaliações aplicadas aos alunos sejam no mesmo nível em que aulas sejam desenvolvidas; nada justifica professores aplicarem provas difíceis; é importante que se tenham verdadeiros exércitos de alunos com boas notas; 2) que todas as atividades curriculares comuns aplicadas aos discentes de uma classe, tenham igual carga horária, já que se devem dar aos assuntos ministrados a mesma importância. No entanto, a carga horária da Atividade de Aptidão do aluno deverá ser dobrada.

Imagina-se que todos os alunos devam ser avaliados de forma global, ou seja, sejam avaliados por um único conceito ou nota equivalente que traduza a média ponderada do aprendizado nas atividades curriculares, que será obtida pela divisão do somatório dos produtos da notas obtidas em cada atividade curricular, durante o período letivo avaliado, e dos pesos dessas atividades curriculares, pelo Somatório dos Pesos aplicados. Assim:

Md = (N1.P1 + N2.P2 + ...+Nn.Pn) / (P1+P2+...+PN)

Para que haja estímulo ao estudo das atividades curriculares pelos discentes, será necessário que se atribuam valores diferenciados aos pesos para cada aluno, de acordo com suas aptidões. Assim, o cálculo da Média Ponderada de um aluno dependeria dos pesos que cada atividade curricular teria para àquele aluno. Considerando que a carga horária das atividades de aptidão será dobrada, a adoção das cargas horárias das atividades como peso no cálculo da média ponderada é uma medida que não deve ser descartada. Outros valores de peso poderiam ser estudados, considerando os vários níveis de dificuldades dos assuntos abordados.

Conclui-se com o pensamento de que a prática da Avaliação Global Ponderada nos conduziria a uma nova realidade acadêmica. Com essa proposta conseguiríamos observar e potencializar as aptidões dos alunos, direcionando estes para a formação em assuntos com os quais mais se identificam. Pode não ser tão fácil mudar a regra atual de avaliação por disciplina, que perdura há séculos, até por que professores geralmente não gostam de perder o poder. Uma alternativa de luta para que esse sonho se torne realidade, poderia ser a adoção desse modo de avaliação em alguma escola-piloto. Não custa tentar.