Ebulições Psíquicas

É no silêncio violento e atemporal que vivo. Sempre em esforço contínuo procuro manter-me concentrado, e diligencio o que penso, e na contração física, mantenho meu cárcere imóvel, resignado. Mas os pensamentos são tão recalcitrantes que se evadem dessa fragilíssima cela, em sucos múltiplos que persistem em fazer lembrar-me que a muito conheci a autonomia dos livres.

E dos atritos dos grilhões surgem ebulições psíquicas, fervilhando ideações fugídias, em meio as dores e angústias. E na mais submissa das condições, percebo tua presença, reordenando meu cárcere com teus olhos frios e inorgânicos.

Ah! Diviníssima... Foi contigo que escolhi viver?