Atriz e Prostituta, Qual seria a diferença?

A arte da chamada mulher da vida, a prostituta, é o sexo explícito (claro; expresso; desenvolvido) enquanto que a arte de uma atriz de cinema e novela é a representação dos beijos de língua chamados de técnicos e do sexo implícito - que está envolvido ou contido, mas não expresso claramente; subentendido; tácito.

Podemos dizer que a prostituta vende o corpo com o interesse de faturar, enquanto a atriz está apenas interpretando uma personagem. Em comum as duas tem o fingimento e a representação. Para passar "realismo", a atriz está interpretando, finge para milhões de pessoas que está fazendo algo que não está nem perto de ser verdade. A prostituta vai até o finalmente, finge só para uma pessoa, para o cliente. Para ter um boa carteira de clientes tem que representar muito bem... se bem que tem umas que dizem bem friamente ao cliente aquele "já acabou?".

Mas por dinheiro, ambas estão atuando.

Uma, a prostituta vende o corpo e favores sexuais por interesses não sentimentais ou afetivos, a outra, a atriz vende a arte através de sua imagem física interpretando o chamado sexo técnico, ou poses em fotos sensuais para revistas, chamados de nu artístico, não necessariamente os nus frontais.

O cinema pornô é um dos mercados que mais cresce no mundo inteiro, sinal de que há gente que acha convincente aquilo fazem as atrizes pornô.

Mas seria algo agressivo comparar a atividade de uma atriz com a de uma prostituta?

A prostituta, a puta (dizem que as putas já nascem putas), a vagabunda trabalhadora do sexo, algumas ou muitas, quando menina, em seus 12 anos de idade são vendidas ou alugadas pelos próprios pais aos motoristas de caminhão que passam a noite nos postos de beira de estrada, lá no norte e nordeste, e depois... essas meninas e adolescentes vem "ganhar a vida" e se misturam com as moças do sudeste, ficam na beira da praia ou nas calçadas das cidades, com botas, microrroupas, rodando bolsinha, outras com sorte ou não, ganham a Europa, geralmente sem estudos, que abandonou a escola e a família. Já a atriz, provavelmente moça de família, de educação e formação, que estudou muito arte dramática para chegar a um papel de expressividade, no cinema ou em novela de tv (se bem que há algumas atrizes que precisam fazer o comentando teste do sofá para ganhar um papelzinho). E há as garotas de programa e que muitas são meninas cosideradas elitizadas, com uma ou duas faculdades, que falam outros idiomas, saem com grandes empresários e não necessariamente só para transar.

Prostituição não é o fato do pagamento por um ato?

Qualquer pessoa, independente de ser homem ou mulher, que está com outra pessoa em função de algum objetivo ou vantagem, e não pela troca que há entre eles de sentimentos ou sensações, seria considerado prostituição?

E o que é que define a atriz de fato, não é fato de interpretar um ato?

Fato ou ato remunerado?

Seria hipocrisia da sociedade sobre considerações profissionais?

Ou uma outra realidade?

Nessas interrogativas, uma família cuja a filha de 12 anos estudando e fazendo teatro, poderia dizer então que "possivelmente" a família estaria preparando a filha pra prostituição?

Ou Prostituta é apenas aquela pessoa que atende clientes e faz disso o objetivo e a sua fonte de renda principal?

Nessas interrogativas, qual seria a diferença entre a prostituta, a garota de programa e a atriz?

Ou talvez não haja diferença alguma?

Não sei...

Nessas interrogativas, a minha intenção é de discorrer sobre as evoluções das profissões, que em minhas dúvidas, está na forma legal e ilegal de atuar. Ambas representação remunerada, uma na forma do sexo explícito e a outra na forma do sexo implícito.

Até nos anos 50 a profissão Atriz era marginalizada e as profissionais da representação e da encenação eram comparada as prostitutas, e, só nos anos 80 a profissão foi legalizada, com carteira assinada e demais direitos trabalhistas.

Nas peças, como as do dramaturgo e poeta inglês, William Shakespeare, as personagens femininos eram encenados por atores, homens. Não sei (teria que pesquisar) se paralelamente havia artísticas ciganos em que os papeis femininos eram encenados pelas próprias moças-ciganas e não sei dizer também se tal marginalização se originou daí.

Com o advento do cinema a profissão atriz popularizou um pouco em algumas classes sociais. Moças, chamadas da sociedade, começaram a ingressar na profissão. Essas eram quase que deserdada pelas famílias tradicionais. E a evolução prosseguiu e o bom profissionalismo (classificação de um bom ator) há o conceito de que para mostrar o realismo da encenação, temos aqueles beijos de língua e cenas de sexo-implícito que quase chegam as vias de fato.

Um pouco mais adiante do período shakespeariano, têm-se, diria, uma forma de atuação da prostituição no meio da nobreza, exercida por moças com formações, cultas e educadas como visto nos romances: O Idiota de Fiódor Dostoiévski e Madame Bovary de Gustave Flaubert.

Nas cidades entorno das capitais, raio de 100 kms, hoje, por diversas distorções sociais, entre elas a queda da oferta de empregos e qualificação profissional, para manter padrões de vida ou sustento da família, mulheres, algumas e arrisco dizer que a maioria, com boas formações e algumas até casadas e com filhos, para não ficar mal faladas em suas cidades, estabelecem um vai-e-vêm e apelam para a prostituição indo rodar suas bolsinhas nas grandes cidades.

Pode-se constar certa evolução na profissão neste século XXI, com preconceitos caindo a um determinado conceito para garotas de programa, a maioria universitárias.

Creio que a legalização, carteira assinada e demais direitos trabalhista para a prostituta não está muito longe de acontecer.

Não se trata de machismo ou moralismo e o que tenho dúvidas é se até em certo ponto não há um tanto de hipocrisia. E aqui minhas dúvidas está na forma legal de atuar, ambas representação remunerada.

Não legalizada a prostituição é considerada como a profissão mais antiga do mundo. Em termos históricos 50 anos é um tempo muito curto, mas até um tempo atrás, como já disse, a profissão ator-atriz era marginalizada e as atrizes consideradas prostituta. Quebrados os tabus, a profissão foi legalizada, com carteira assinada, nos anos 80 do século passado. Isso depois de movimentos e marchas nas ruas rumo ao congresso.

Algo parecido já houve entre as prostituta mas ainda não tem o respaldo da sociedade.

Há alguns movimentos como o movimento Gay, considerado livre opção da vida do individuo, cujas reivindicações legais ganham corpo a cada parada gay realizada. E já houve em várias cidades do Brasil a realização da marcha da legalização da maconha.

Mas os movimentos das prostitutas para a legalização da profissão ainda não tem os temperos das paradas gay que ganhasse alguma simpatia, como a legalização dos militantes do MST que agora gozam de direitos trabalhistas.

E de tolerância em tolerância o Brasil se já não virou, vai virar uma imensa casa de tolerância.