Sujeito imperfeito.

Eu pertenço a um vasto conglomerado, existo fora de meu mundo desamparado, mas não sou de ninguém,

No entanto, vivo bem dentro de meu nicho, sem divisão de caminho, na espera de alguém,

Verdadeiro, corro a frente de meu tempo, com o cuidado de estar sempre com os pés no chão,

Uma criatura inacabada, humilde, e por ser crédulo, deixei aberto há tempos o meu coração,

Nesta serenidade encontrei uma música silente, sem angústia nem lamúria, utopia nas ruas deste deserto de lamentação,

Desvendando um canto transformado, soturno destino nesta placidez, nos muitos sonhos em quietação,

Ando sem pressa nas vias deste experimento, desconectando ilusões esquadrinhando o vazio do peito,

No isolamento espantoso, solicitando auxílio sem alvoroço por desgosto, na intensidade de um desejo desfeito,

Sou este homem com muitas culpas, requerendo assistência com clamores de comportamento,

Um indivíduo com inúmeras falhas, todavia modesto, e por ser autêntico, interligado há tempos neste procedimento,

E cá estou eu de novo, na minha investigação incessante, na procura de um conforto, de uma morada,

Mas este destino me pertencente, ser permanentemente um peregrino abrolhando do além, no tempo que já perdi pela estrada,

Sou esta pessoa descrita em sonetos incompletos, um sujeito ressurgido no abraço perfumado,

Viajando no avesso deste andamento no título sem princípio, uma história sem remate declarado,

No oposto de qualquer direção, no começo sem início, um início que jamais tem a previsão do fim,

Sou este vivente com muitas ressalvas, um devaneio num verso qualquer, mas um amigo sincero para quem precisa de mim!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 12/02/2009
Código do texto: T1435033
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