Saudade.

Não tem explicação para saudade, desperta e brinca com minha fantasia, sentimentos na noite escura, em negro véu de crueldade,

Apresenta-se numa estrela que não ofusca, iluminando minha trilha, brumas transportando a dor prolongada da idade,

Lembranças em sensações diferentes, o gosto agre-doce de desvendar o passado, o fruto do tempo em delírio,

Uma luz dentro do crepúsculo, que deixa a vontade de tudo traspassar, o coração e a alma, todo e qualquer martírio,

Tento explicar, passo a passo, meu trajeto eu arrisco, nem tristeza nem cansaço, um destino para guiar meu coração,

Indiferente à dor racional, contornando a alma silente, desenxovalhando minha peregrinação,

Revivo cada ocasião, a sentir as mesmas emoções, meditando tudo que acasala o momento.

Avaliando a maravilha de tudo que já aconteceu, o trajeto interrompido pelo revés do pensamento,

Não existi elucidação para a Saudade, outros arriscaram sem sucesso elevar um sentido ornamentado, e a procura não vai ter fim,

Herança da parábola que repousa na palma da mão, ânsia no registro do tempo, e mesmo que magoe, vem para junto de mim,

Ela é o antônimo do conhecimento, psicose que dá brilho à verdade, é o produto da alma submerso em doce loucura,

Farta curiosidade produzindo oportunidade de atenuar a investigação em sonhos, vestindo a mente com ternura,

E tudo isto já foi acentuado por Sócrates em seus alfarrábios; “Saudade é a vivacidade na boca da gente, permanece onde tudo aconteceu”,

É o senso oposto num avesso do sentimento, a lágrima enquanto se lê um poeta, a lucidez que outrora era necessidade no que se deu,

Um dia vou por fim a esta pesquisa antes que a tristeza me envolva também, revolvendo minha alma em tudo que se sucedeu,

Afinal, se não foi “Sócrates ou quem sabe Platão” que definiram a saudade, que registraram de onde deriva, este alguém, sou ‘eu’!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 12/02/2009
Código do texto: T1435069
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