Depois do por do sol.
I
Existem noites em que o tempo desfila impotente, nos ensejos febris, nos destinos risonhos,
Passeia no vazio de momentos intensos, no preencher de experimentos ornamentados de sonhos,
II
Idealizações persistindo numa feição responsável, viajando por sobre as nuvens com cláusulas inocentes,
Desenvolvimentos no porvindouro exultante, distintos enleios em ensaios incoerentes,
III
Há mistérios em todos os crepúsculos, na alma e no coração, no pêndulo oscilante que tolera este espairecer,
Para decifrá-los, basta acompanhar este extenso universo, e consentir os sentimentos num permanente renascer,
IV
Nos induzem a uma eternidade ambicionada nos caminhos fecundos, desejos e contentamento,
Comunhão perfeita, entre o assombroso e o admirável, argentário planeta em completa colagem e deslumbramento,
V
Nestas noites congruentes há ambigüidades, certezas e dúvidas, espectros ecoam nesta imensidão,
Mas no segmento vem o alvorecer ofuscante movendo-se devagar sobre a mais distorcida expressão,
VI
Existem noites em que esta estação desliza forte em requintada abstração, em experimento conflitante,
Confirmando os segredos de todos os ocasos, no progredir reto que abandona este estar ativo e delirante,
VII
No entanto a continuidade da vida chega pulsando em cada nova alvorada deslumbrante,
Iluminando os sobejos da existência, renovando os devaneios dirigidos, nesta maravilha exultante!
Amaro Larroza.