Vozes d’alma
Quando me olhou, seus olhos eram de suplica, imediatamente percebi. Eu enfrentando os meus próprios monstros, que vez em quando me visitam por dentro. Olhei bem naqueles olhos e esperei que saísse daquela boca alguma palavra... Mas não saiu nada! Ela me olhou ainda mais profundamente e desabou a chorar...
Eu com a minha sensibilidade a flor da pele imediatamente a abracei. Foi o abraço mais forte que pude dar... Ficamos ali, não sei quanto tempo unidas pelos nossos corpos. Eu me segurando pra não desabar junto a ela. Passaram várias cenas na minha mente, povoada de situações minhas, que não se resolvem.
O seu soluço me trouxe de volta, era tanto, tão intenso que os batimentos de seu coração tocavam minha mente...
Então veio a frase: Deixe sua dor aqui, nesse abraço, no meu peito, comigo, e vá, em paz, e sem olhar pra trás!
E ela se foi.
Eu fiquei. E imediatamente rompi o meu próprio silêncio. Dizendo a mim mesma: Se as coisas não acontecem como você gostaria, não lute! Não permita mais que o lado super sensível te fira. Não reaja. Não se maltrate. E continue sendo um instrumento pacífico, harmônico, compassivo, amoroso, de graça!